sábado, 23 de março de 2013

Lama e vômito – o que aconteceu com a Igreja?



O post de hoje é muito simples. Convido você a ler as palavras do grande apóstolo Pedro, registradas na sua segunda carta, capítulo 2:

1 No passado surgiram falsos profetas no meio do povo, como também surgirão entre vocês falsos mestres. Estes introduzirão secretamente heresias destruidoras, chegando a negar o Soberano que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição.
2 Muitos seguirão os caminhos vergonhosos desses homens e, por causa deles, será difamado o caminho da verdade.
3 Em sua cobiça, tais mestres os explorarão com histórias que inventaram. Há muito tempo a sua condenação paira sobre eles, e a sua destruição não tarda.
4 Pois Deus não poupou os anjos que pecaram, mas os lançou no inferno, prendendo- os em abismos tenebrosos a fim de serem reservados para o juízo.
5 Ele não poupou o mundo antigo quando trouxe o Dilúvio sobre aquele povo ímpio, mas preservou Noé, pregador da justiça, e mais sete pessoas.
6 Também condenou as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo- as a cinzas, tornando- as exemplo do que acontecerá aos ímpios;
7 mas livrou Ló, homem justo, que se afligia com o procedimento libertino dos que não tinham princípios morais
8 (pois, vivendo entre eles, todos os dias aquele justo se atormentava em sua alma justa por causa das maldades que via e ouvia).
9 Vemos, portanto, que o Senhor sabe livrar os piedosos da provação e manter em castigo os ímpios para o dia do juízo,
10 especialmente os que seguem os desejos impuros da carne e desprezam a autoridade. Insolentes e arrogantes, tais homens não têm medo de difamar os seres celestiais;
11 contudo, nem os anjos, embora sendo maiores em força e poder, fazem acusações injuriosas contra aqueles seres na presença do Senhor.
12 Mas eles difamam o que desconhecem e são como criaturas irracionais, guiadas pelo instinto, nascidas para serem capturadas e destruídas; serão corrompidos pela sua própria corrupção!
13 Eles receberão retribuição pela injustiça que causaram. Consideram prazer entregar- se à devassidão em plena luz do dia. São nódoas e manchas, regalando- se em seus prazeres, quando participam das festas de vocês.
14 Tendo os olhos cheios de adultério, nunca param de pecar, iludem os instáveis e têm o coração exercitado na ganância. Malditos!
15 Eles abandonaram o caminho reto e se desviaram, seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o salário da injustiça,
16 mas em sua transgressão foi repreendido por uma jumenta, um animal mudo, que falou com voz humana e refreou a insensatez do profeta.
17 Esses homens são fontes sem água e névoas impelidas pela tempestade. A escuridão das trevas lhes está reservada,
18 pois eles, com palavras de vaidosa arrogância e provocando os desejos libertinos da carne, seduzem os que estão quase conseguindo fugir daqueles que vivem no erro.
19 Prometendo- lhes liberdade, eles mesmos são escravos da corrupção, pois o homem é escravo daquilo que o domina.
20 Se, tendo escapado das contaminações do mundo por meio do conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, encontram- se novamente nelas enredados e por elas dominados, estão em pior estado do que no princípio.
21 Teria sido melhor que não tivessem conhecido o caminho da justiça, do que, depois de o terem conhecido, voltarem as costas para o santo mandamento que lhes foi transmitido.
22 Confirma- se neles que é verdadeiro o provérbio: O cão volta ao seu vômito e ainda: A porca lavada volta a revolver- se na lama.

Se, hoje, seu desejo for viver uma vida reta e justa perante Deus, não há como evitar viver de alma aflita. O que 2 Pedro 2 descreve é um cenário que se repete, em nossos dias — e no próprio seio da Igreja: festas, sensualidade, heresias, ganância, devassidão, difamação e desprezo por autoridade, regalando-se em prazeres. Enfim, o mundanismo está poluindo o Corpo de Cristo. Quantos cristãos não voltaram para a lama e para o seu vômito de outrora? Como cães e porcos, agimos como se nunca tivéssemos conhecido o Mestre, que tudo perdoou na cruz. Deus não tardará em visitar o seu povo com juízo. Que todos os que ainda se veem de coração tenro para com as coisas de Deus e o mover do Espírito chorem. Os anjos choram. E, enquanto os verdadeiros discípulos se calam, até as pedras clamam por santos de joelhos.

Na paz,
+W

O Facebook e o coração do cristão evangélico


Posted by Eliseu Antonio Gomes 
"O homem bom tira coisas boas do bom tesouro que está em seu coração, e o homem mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a boca fala do que o coração está cheio." (Lc 6, 45).
Hoje, em meio ao turbilhão de informações que recebemos, um “ferramenta” que facilita a comunicação e que vem fazendo bastante sucesso entre a massa da população mundial é o Facebook, porém também em contrapartida, através do mesmo recebemos milhares de “lixo mental”, onde muitos internautas utilizam tal meio para fazer postagens sobre novelas, futebol, escândalos políticos, tirinhas, piadas. Ou simplesmente para dar um bom dia ou dizer o que estão fazendo naquele exato momento: “comendo”, “com sono”, “na casa do fulano dando altas gargalhas”. Isso não tem problema algum, mas ONDE FICA DEUS NESSA HISTÓRIA? 
Quero deixar uma ressalva para as pessoa que falam de Deus em suas postagens: Parabéns vocês são poucos!!! 
É ótimo curtir e comentar o que as pessoas postam sobre Deus, mas quando chegará a nossa vez de dar um “Bom Dia Espirito Santo” ou postar um “Jesus Ama Todos Vocês”? Temos que usar os meios possíveis para falar de Deus, fazendo o que é mais de que nossa obrigação para como servos dEle. Alguns talvez considerarão essa postagem muito crítica ou esquerdista radical, porém é necessário ser radica. Falar de Deus é coisa séria. ...  (Continuação da leitura na fonte: O Facebook fala do que o coração está cheio).

Valcinei Xavier da Silva é membro da comunidade UBE Blogs na plataforma Ning.

Teologando: Como usar a internet para promover conteúdo doutrinário

Tiago Santos

tiago-blogs
A fé cristã é um contraponto à caótica visão de mundo do pós-modernismo. Ela é coesa, coerente, histórica, reta, faz afirmação da verdade e é revelada. Ela tem sido transmitida pelo fenômeno do kerygma, da pregação – e a chamo de fenômeno porque sua entrega e aplicação é obra do Espírito Santo de Deus – e também pela prática da instrução pastoral, do ensino na igreja e às famílias cristãs, a catequese.
O puritano Thomas Watson (1620-1686) abre o seu “Body of divinity”, uma obra que se tornou um clássico na importante obra de instruir o cristão em doutrinas importantes das Escrituras, com a seguinte afirmação: “É de suma importância que o cristão seja instruído no fundamento da religião. É o dever dos cristãos se firmarem e se fundamentarem na doutrina da fé”.
Baseando sua obra no Breve Catecismo de Westminster, Watson sintetizou, com a precisão típica dos puritanos de seu período, a essência de toda instrução teológica: “Firmar-se e fundamentar-se na doutrina e fé”. Partindo dessa premissa, ele passa a demonstrar a importância da instrução teológica para uma vida cristã madura e uma fé robusta, capaz de resistir às provas do falso ensino e capaz de levar o cristão ao crescimento e firmeza na fé.
Há muita sabedoria na instrução de Watson. Em suas palavras, ele segue uma tradição antiga e bem sucedida que se consolidou como o método mais eficiente de transmissão de instrução teológica para o povo de Deus: a catequese. Nesse método, um corpo básico da doutrina cristã é transmitido pelo pastor ao rebanho, através de perguntas bem elaboradas e respostas com ampla fundamentação bíblica.  A base desse corpo teológico, via de regra, era o Credo dos Apóstolos, a Oração do Senhor, e os Dez Mandamentos. O pastor visitava os fiéis, fortalecendo sua fé por meio de exortações à devoção e incentivando-os se agarrar à mensagem das Escrituras.
A prática da catequese ganhou novo vigor a partir da Reforma do século XVI. A necessidade de instruir na fé os cristãos levou os mestres da igreja a produzir catecismos e confissões de fé que formaram, naquele período, um dos corpos mais ricos de doutrina cristã. Um exemplo da prática bem sucedida da catequese se viu em Richard Baxter, um ministro puritano contemporâneo de Thomas Watson, que foi um grande mestre do trabalho pastoral catequético. Durante seu ministério na pequena vila de Kiddermister, no interior da Inglaterra, mudanças profundas aconteceram por conta do zelo pastoral de Baxter. Diz-se que quando de sua chegada na cidade, “podia-se contar nos dedos de uma mão os que eram realmente piedosos, mas, ao fim de seu ministério naquela vila que tinha pouco mais de 3.000 habitantes, não havia uma única casa onde não houvessem crentes. Conta-se que, quando um viajante passava pelas ruas da cidade num certo horário do dia, podia-se ouvir de longe o canto de louvor que se proferia nas casas daquela vila”[1]. Em sua obra prima sobre a atividade pastoral, Baxter dá especial atenção ao trabalho catequético do pastor, dizendo o seguinte:
Nossa preocupação pastoral deve ser com todo o rebanho, com toda a comunidade. (…). Temos de nos dedicar aos indivíduos da igreja; precisamos conhecer cada pessoa que está a nosso cargo, pois como poderemos olhar por elas se não as conhecermos? (…). Nosso trabalho consiste em: confirmação, progresso, preservação, restauração e consolação[2].
Na prática pastoral de Baxter, ele tinha o propósito de “ensinar os pontos fundamentais da doutrina, para a edificação do cristão e sua progressão na fé e na verdade[3]”.
Por séculos, a teologia tem sido desenvolvida na igreja através das demandas pastorais e do estudo aplicado e disciplinado das Escrituras e o conhecimento teológico tem sido disseminado para os cristãos através da pregação e de uma catequese pastoral intencional e dirigida às necessidades do povo de Deus. Nossa geração precisa relembrar desse velho e eficiente princípio.
Ainda que a internet e o blog possam, efetivamente, oferecer uma boa palavra ao leitor ou ouvinte, a instrução sólida será aquela que é rotineira, pastoral, dominical, que envolve investimento de tempo e de atenção aos problemas reais que as pessoas experimentam. As pessoas precisam ser pastoreadas e os blogs não poderão fazer isso por elas. O pastor virtual terá uma ovelha virtual.
Da Igreja para fora: Alguns critérios para combinar blog e teologia
Tendo dito isto, preciso reconhecer que a internet oferece sim vantagens para a reflexão teológica. Fazemos bem em fazer uso desta ferramenta tão poderosa. Mas precisamos de balizas, de critérios, de sabedoria e discernimento se queremos oferecer um conteúdo que seja abençoador e edificante ao povo de Deus. Nesta parte final, quero propor 15 conselhos para o blogueiro cristão usar como princípio para seus textos e postagens:
1. O blogueiro precisa estar consciente do ambiente perigoso e sem nexo que é a internet e, assim, ser muito cuidadoso quanto à seleção de conteúdo e a linguagem escolhida para apresentá-lo aos seus leitores.
2. A produção de reflexões teológicas deve ser derivada e motivada pelo amor e zelo pela Palavra de Deus. Ele deve trabalhar seu texto para levá-lo de volta às Escrituras, instigando-o a desenvolver um espírito bereano.
3. A boa teologia sempre refletirá o ensino das Escrituras em resposta às demandas e preocupações pastorais e ministeriais.
4. Reflexão teológica deve ser parte do trabalho ministerial e não um fim em si mesmo.
5. O blogueiro cristão deve se lembrar de que a fé cristã não começou em sua própria geração. Ele deve buscar respaldo no longo e antigo séquito de fieis seguidores de Cristo ao longo da história.
6. Ele deve ter uma postura humilde e procurar trabalhar no âmbito de seus conhecimentos e experiência ministerial. (Pv 16.18)
7. O blogueiro cristão deve examinar seu próprio coração e discernir a motivação que o leva a produzir seu texto. Ele é resultado de que preocupação? O que o levou a produzir esta reflexão? Que propósito almeja?
8. O blogueiro cristão deve estar ligado a uma igreja local e ter comunhão com ela. Dificilmente ele terá algo a oferecer para o leitor se ele mesmo não for parte da comunidade visível de Deus na terra, a igreja.
9. O blogueiro cristão deve ser uma pessoa madura na fé, que produz seus textos de forma equilibrada, consciente e cuidadosa, buscando sempre a edificação do leitor.
10. O blogueiro cristão deve conhecer bem a teologia. Há muitos “teólogos de internet”, que obtiveram seu conhecimento doutrinário através da leitura da… internet. Sem o aprofundamento que a vida de igreja e a academia cristã oferecem, não é prudente se aventurar a produzir um blog de teologia.
11. O blogueiro cristão deve ser muito cuidadoso com a ética, especialmente no tratamento a outro irmão na fé. Deve lidar com o leitor virtual como se estivesse face a face com ele.
12. O blogueiro cristão deve refletir os valores da fé e da ética cristã em seus textos, procurando oferecer uma palavra boa, graciosa, verdadeira, firme e bíblica.
13. O blogueiro cristão deve ter cuidado para não se envolver em polêmicas vazias, denúncias sem propósitos, fofocas, intrigas e discussões áridas (Ef. 5.4).
14. O blogueiro cristão deve ter o discernimento de não tratar certos assuntos na internet. O blog nem sempre será o lugar mais apropriado para se tratar de assuntos mais espinhosos ou complexos da fé cristã. Não é lugar também para a exposição de dilemas e crises de fé (esse lugar é a oração e a comunhão com os santos, na Igreja). É preciso ter sensibilidade com o leitor que não domina certas matérias e com a possibilidade de causar tropeço aos novos na fé.
15. O escritor de blog deve ser alguém que lê bons livros teológicos e que está bem informado das tendências e pensamentos teológicos de sua própria época. Charles Spurgeon, o grande pregador britânico do século XIX, ao falar sobre a importância dos livros disse o seguinte:
“Paulo foi inspirado pelo Espírito, mas, ainda assim, quer livros! Ele esteve pregando por pelo menos 30 anos, mas, ainda assim, quer livros! Ele viu o Senhor, mas, ainda assim, quer livros! Ele foi arrebatado ao terceiro céu, e ouviu coisas que eram proibidas ao homem pronunciar, mas, ainda assim, quer livros! Ele escreveu a maior parte do Novo Testamento, mas, ainda assim, quer livros! O apóstolo disse a Timóteo e da mesma forma diz a todos os pregadores: ‘Aplica-te à leitura!`.
O homem que nunca lê, jamais será lido; aquele que nunca cita, jamais será citado. Aquele que nunca usa os pensamentos do cérebro de outros homens, prova que ele mesmo não tem cérebro. Irmãos, aquilo que é aplicável aos ministros também é verdade a todo o nosso povo. Você precisa ler. Renuncie o máximo possível todo tipo de leitura artificial, mas estude o máximo possível as sólidas obras teológicas, especialmente os escritores puritanos, e comentários da Bíblia. Estou completamente persuadido de que a melhor forma de você gastar o seu tempo de lazer é lendo e orando. Assim, você será capaz de extrair muitas informações dos livros, as quais depois poderão ser usadas como verdadeiras armas a serviço de seu Senhor e Mestre. Paulo clama: ‘Traga os livros`. Junte-se a ele nesse clamor.”[4]
O blogueiro cristão deve estar debaixo da convicção de que realmente tem algo importante a dizer, de que tem um conselho bom a dar, de que tem uma direção segura para apontar, de que sua palavra será relevante e útil para a edificação da Igreja e glória do Pai.
Que o Senhor nos ajude a fazer teologia com responsabilidade e a usar com sabedoria os meios que temos à nossa disposição para disseminar as imutáveis verdades do santo evangelho de Jesus Cristo.

[1] William Baker, Puritan Profiles (Mentor: Ross Shire, Scotland, 1999) p.289-290
[2] Richard Baxter, O Pastor Aprovado (Pes: São Paulo, SP, 1996) p.100;102
[3] Ibid. p. 139
[4] Ligon Duncan – citando C. H. Spurgeon [sermão 452 – Paul – His cloak and his books – 1882]; Amado Timóteo, ed. Tom Ascol. (Editora Fiel: São José dos Campos, SP, 2005).
g_capa_blogsPor Tiago J. Santos Filho. Trecho do livro: Blogs Evangélicos; O Impacto da Mensagem Cristã na Internet. 1a. Edição., organizado por Valmir Nascimento. Visão Cristocêntrica: Campina Grande [PB], 2013, pp70-71. Usado com Permissão.

sábado, 16 de março de 2013

Uma Palavra aos Pais


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Arthur W. Pink


Uma das mais infelizes e trágicas características de nossa civilização é a excessiva desobediência aos pais da parte dos filhos, quando menores, e a falta de reverência e respeito, quando grandes. Infelizmente, isto se evidencia de muitas maneiras, inclusive em famílias cristãs. Em nossas abundantes viagens nestes últimos trinta anos, fomos recebidos em muitos lares. A piedade e a beleza de alguns deles ainda permanecem em nossos corações como agradáveis e singelas recordações. Outros lares, porém, nos transmitiram as mais dolorosas impressões. Os filhos obstinados ou mimados não apenas trazem para si mesmos perpétua infelicidade, mas também causam desconforto para todos que se relacionam com eles e prenunciam coisas ruins para os dias vindouros.


Na maioria dos casos, os filhos são menos culpados do que seus pais. A falta de honra aos pais, onde quer que a achemos, deve-se em grande medida aos pais afastarem-se do padrão das Escrituras. Atualmente, o pai imagina que cumpre suas obrigações ao fornecer alimento e vestuário para os filhos e, ocasionalmente, ao agir como um tipo de policial de moralidade. Com muita frequência, a mãe se contenta em desempenhar a função de uma criada doméstica, tornando-se escrava dos filhos, realizando várias tarefas que estes poderiam fazer, para deixá-los livres em atividades frívolas, ao invés de treiná-los a serem pessoas úteis. A consequência tem sido que o lar, o qual deveria ser, por causa de sua ordem, santidade e amor, uma miniatura do céu, degenerou-se em "um ponto de parada para o dia e um estacionamento para a noite", conforme alguém, sucintamente, afirmou.


Antes de esboçarmos os deveres dos pais em relação aos filhos, devemos ressaltar que eles não podem disciplinar adequadamente seus filhos, a menos que primeiramente tenham aprendido a governar a si mesmos. Como podem eles esperar que a obstinação de suas crianças sejam dominadas e controladas as manifestações de ira, se eles mesmos dão livre curso à seus próprios sentimentos. O caráter dos pais é amplamente reproduzido em seus descendentes. "Viveu Adão cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem" (Gn 5.3). Os pais devem, eles mesmos, viver em submissão a Deus, se desejam obediência da parte de seus filhos. Este princípio é enfatizado muitas e muitas vezes nas Escrituras. "Tu, pois, que ensinas a outrem, não te ensinas a ti mesmo?" (Rm 2.21). A respeito do pastor ou presbítero da igreja está escrito que ele tem de ser alguém "que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?)" (1 Tm 3.5). E, se um homem ou uma mulher não sabem como dominar seu próprio espírito (Pv 25.28), como poderão cuidar de seus filhos?


Deus confiou aos pais um solene e valoroso privilégio. Não exageramos ao afirmar que em suas mãos estão depositadas a esperança e a bênção ou a maldição e a ruína da próxima geração. Suas famílias são os berçários da Igreja e do Estado, e, de acordo com o que agora cultivam, tais serão os frutos que colherão posteriormente. Eles deveriam cumprir seu privilégio com bastante diligência e oração. Com certeza, Deus lhes pedirá contas referentes à maneira de criarem seus filhos, que a Ele pertencem, sendo-lhes confiados para receberem cuidado e preservação. A tarefa que Deus confiou aos pais não é fácil, em especial nestes dias excessivamente maus. Entretanto, poderão obter a graça de Deus, se a buscarem com sinceridade e confiança. As Escrituras nos fornecem as regras pelas quais devemos viver, as promessas das quais temos de nos apropriar e, precisamos acrescentar, as terríveis advertências, para que não realizemos essa tarefa de maneira leviana.


Instrua seu filho

Queremos mencionar aqui quatro dos principais deveres confiados aos pais. Primeiro, instruir seus filhos. "Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te" (Dt 6.6-7). Este dever é sobremodo importante para ser transferido aos outros; Deus exige dos pais, e não dos professores da Escola Dominical, a responsabilidade de educarem seus filhos. Tampouco essa tarefa deve ser realizada de maneira esporádica ou ocasional, mas precisa receber constante atenção. O glorioso caráter de Deus, as exigências de sua lei, a excessiva malignidade do homem, o maravilhoso dom de seu Filho e a terrível condenação que será a recompensa de todos aqueles que O desprezam e rejeitam; estas coisas precisam ser apresentadas constantemente aos filhos. "Eles são pequenos demais para entendê-las" é o argumento de Satanás, visando impedir os pais de cumprirem seu dever.

"E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor" (Ef 6.4). Temos de observar que os "pais" são especificamente mencionados neste versículo, por duas razões: eles são os cabeças das famílias e o governo desta lhes foi confiado; os pais são inclinados a transferir sua responsabilidade às esposas. Essa instrução deve ser ministrada através da leitura da Bíblia e de explicar aos filhos as coisas adequadas à sua idade. Isto deveria ser acompanhado de ensinar-lhes um catecismo. Um constante falar aos mais novos não se mostra tão eficiente quanto a diversificação com perguntas e respostas. Se nossos filhos sabem que serão questionados após ou durante a leitura bíblica, ouvirão mais atentamente: fazer perguntas os ensina a pensarem por si mesmos. Este método também leva a memória a reter mais os ensinos, pois o responder perguntas definidas fixa ideias específicas em nossas mentes. Observe quantas vezes Jesus fez perguntas aos seus discípulos.


Seja um bom exemplo


Segundo, boas instruções precisam ser acompanhadas de bons exemplos. O ensino proveniente apenas dos lábios provavelmente será ineficaz. Os filhos são espertíssimos em detectar inconsistências e rejeitar a hipocrisia. Neste aspecto, os pais precisam humilhar-se diante de Deus, buscando todos os dias a graça que, desesperadamente, necessitam e somente Ele pode dar. Que cuidado eles precisam ter, para que diante de suas crianças não digam e façam coisas que tendem a corromper suas mentes ou produzam más consequências, se elas as imitarem! Os pais necessitam estar constantemente alertas contra aquilo que pode torná-los desprezíveis aos olhos daqueles que deveriam respeitá-los e honrá-los. Não apenas devem instruir seus filhos no caminho da santidade, mas eles mesmos devem andar neste caminho, mostrando por sua prática e conduta quão agradável e proveitoso é ser orientado pela lei de Deus.



No lar de pessoas crentes, o supremo alvo deve ser a piedade familiar, honrar a Deus em todas as ocasiões, e as outras coisas, subordinadas a este alvo. Quanto à vida familiar, nem o esposo nem a esposa deve transferir para o outro toda a responsabilidade pelo aspecto espiritual da vida da família. A mãe, com certeza, tem a incumbência de suplementar os esforços do pai, pois os filhos desfrutam mais de sua companhia. Se existe a tendência de os pais serem muito rígidos e severos, as mães são propensas a serem muito brandas e clementes; portanto, têm de vigiar mais contra qualquer coisa que enfraquecerá a autoridade do pai. Quando este proibir alguma coisa, ela não deve consenti-la às crianças. É admirável observar que a exortação dada em Efésios 6.4 é precedida por "Enchei-vos do Espírito" (Ef 5.18); enquanto a exortação correspondente em Colossenses 3.21 é precedida por "habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo" (v. 16), demonstrando que os pais não podem cumprir seus deveres, a menos que estejam cheios do Espírito Santo e da Palavra de Deus.


Discipline seu filho


Terceiro, a instrução e o exemplo precisam ser reforçados mediante a correção e a disciplina. Antes de tudo, isto implica no exercício de autoridade, a correta aplicação da lei divina. A respeito de Abraão, o pai dos fiéis, Deus afirmou: "Porque eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do SENHOR e pratiquem a justiça e o juízo; para que o SENHOR faça vir sobre Abraão o que tem falado a seu respeito" (Gn 18.19). Pais crentes, meditem nestas palavras com cuidado. Abraão fez mais do que simplesmente dar conselhos: ele ensinou com vigor a lei de Deus e ordenou sua casa. As regras com que ele administrou seu lar tinham o objetivo de seus filhos guardarem "o caminho do SENHOR", aquilo que era correto aos olhos de Deus. Este dever foi cumprido pelo patriarca, a fim de que a bênção de Deus estivesse sobre sua família. Nenhuma família pode crescer adequadamente sem leis familiares, que incluem recompensas e castigos. Isto é especialmente importante na primeira infância, quando ainda o caráter moral não está formado e as crianças não apreciam ou entendem seus motivos morais.

As regras devem ser simples, claras, lógicas e flexíveis, tais como os Dez Mandamentos, poucas, mas relevantes regras morais, ao invés de centenas de restrições insignificantes. Uma das maneiras de provocarmos desnecessariamente nossos filhos à ira é atrapalhá-los com muitas restrições insignificantes e regras detalhadas e arbitrárias, procedentes de pais perfeccionistas. É de vital importância para o bom futuro dos filhos que estes sejam trazidos em submissão desde cedo. Uma criança malcriada representa um adulto ímpio. Nossas prisões estão superlotadas com pessoas que tiveram a liberdade de seguirem seus próprios caminhos durante sua infância. A mais leve ofensa de uma criança quebrando as regras do lar não deve ficar sem a devida correção; pois, se ela achar clemência ao transgredir uma regra, esperará a mesma clemência em relação a outras ofensas, e sua desobediência se tornará mais frequente, até que os pais não tenham mais controle, exceto através do exercício de força brutal.


O ensino das Escrituras é claro quanto a este assunto. "A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela" (Pv 22.15; ver também 23.13-14). Por isso, Deus afirmou: "O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo, o disciplina" (Pv 13.24). E, ainda: "Castiga a teu filho, enquanto há esperança, mas não te excedas a ponto de matá-lo" (Pv 19.18). Não permita que uma afeição insensata o impeça de cumprir seu dever. Com certeza, Deus ama seus filhos com um sentimento paternal mais profundo do que você ama seus filhos, mas Ele nos diz: "Eu repreendo e disciplino a quantos amo" (Ap 3.19; cf. Hb 12.6). "A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe" (Pv 29.15). A severidade tem de ser utilizada nos primeiros anos de uma criança, antes que a idade e a obstinação endureçam-na contra o temor e a pungência da correção. Poupe a vara e você arruinará seu filho; não a utilize e terá de sofrer as consequências.

É quase desnecessário salientar que as Escrituras citadas anteriormente não têm o propósito de incutirmos a ideia de que nosso lar deve ser caracterizado por um reino de terror. Os filhos podem ser governados e disciplinados de tal maneira, que não percam o respeito e as afeições por seus pais. Estejamos atentos para não estragarmos seus temperamentos, por fazermos exigências ilógicas, e provocá-los à ira, por castigá-los expressando nossa própria ira. O pai tem de punir um filho desobediente não porque ficou bravo, e sim porque é correto fazer isso, Deus o exige, bem como a rebeldia de seu filho. Nunca faça uma ameaça, se não tenciona cumpri-la. Lembre que estar bem informado é bom para seu filho, mas ser bem controlado é ainda melhor.

Esteja atento às inconscientes influências que cercam seu filho. Estude meios para tornar seu lar atraente, não pela utilização de recursos carnais e mundanos, mas por servir- se de ideais nobres, por incutir-lhes um espírito de altruísmo e desenvolver uma comunhão agradável e feliz. Não permita que seus filhos se associem a más companhias. Verifique cautelosamente as revistas e livros que entram em seu lar, observe os amigos que ocasionalmente seus filhos convidam para vir ao lar e as amizades que eles estabelecem. Antes mesmo de o reconhecerem, muitos pais permitem seus filhos relacionarem-se com pessoas que arruínam a autoridade paternal, transtornam seus ideais e semeiam frivolidade e pecado.


Ore por seus filhos


Quarto, o último e mais importante dever, no que se refere ao bem-estar físico e espiritual de seus filhos, é a intensa súplica a Deus em favor deles. Sem isto, todos os outros deveres são ineficazes. Os meios são inúteis, exceto quando o Senhor os abençoa. O trono da graça tem de ser fervorosamente buscado, para que sejam coroados de sucesso os nossos esforços em educar os filhos para a glória de Deus. É verdade que precisa haver uma humilde submissão à soberana vontade de Deus, um prostrar-se ante a verdade da eleição. Por outro lado, o privilégio da fé consiste em apropriar-se das promessas divinas e em recordar que a ardente e eficaz oração de um justo produz muitos resultados. A Bíblia nos diz que o piedoso Jó "chamava...a seus filhos e os santificava; levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles" (Jó 1.5). Uma atmosfera de oração deve permear o lar e ser respirada por todos os que dele compartilham.



Arthur W. Pink (1886-1952) foi um dos autores evangélicos mais influentes da segunda metade do século XX. Erudito bíblico de persuasão reformada e puritana, Pink escreveu várias obras literárias e pastoreou diversas igrejas nos EUA, além de ter servido como ministro na Inglaterra e Austrália.
 
Fonte: Editora Fiel
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Uma palavrinha sobre o palavrão




Por Leonardo Bruno Galdino

Pegando carona num excelente texto escrito pela Norma Braga há uns quatro anos (leitura mais que obrigatória!), vou arriscar aqui mais algumas palavrinhas sobre os palavrões.

"Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para a edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem." Efésios 4.29.

Deveria ser justamente o oposto, mas não é raro ver cristãos simpáticos à ideia de que é perfeitamente válido ao crente falar palavrão, sob a desculpa de que “extravasar faz bem para o corpo e para a alma”, dentre outras coisas. Afinal de contas, “ninguém é de ferro”. De fato, ninguém o é. Mas escusar-se nisso é deveras pecaminoso, visto que o padrão maior, que é Deus, não é contemplado. E é muito triste observar que essa mentalidade é bastante comum em nosso meio. Outro problema é que nem sempre o palavrão é oriundo de um pico de fúria, mas inclusive das conversas amistosas, nas quais um palavrãozinho acaba se tornando “imprescindível” para que o papo fiquem ainda mais “interessante” – o que acaba sendo ainda pior em se tratando de uma rodinha de crentes.

É bem verdade que Paulo fez essa associação entre palavra torpe (“palavrão”) e explosões de raiva, no versículo 26 (não vou discorrer sobre tal verso aqui, visto que já tratei dele em outro post), mas, como já disse, esta não é a única associação possível. E aqui chamo a nossa atenção para a perspicaz observação da Norma Braga: “todos os palavrões, dos menores aos maiores, têm algo em comum: remetem invariavelmente ao sexo”. (Particularmente, não conheço nenhum palavrão que fuja a essa regra). Mas será que é este o sentido empregado por Paulo na referida passagem? Teria ela conexões com aquilo que hoje entendemos por palavrão? Existia palavrão no século I?

No grego, a palavra traduzida por torpe é sapros, que significa, literalmente, podre, sem proveito, e foi usada apenas por Jesus e Paulo. Cristo a usou como metáfora para a “árvore ”, a qual produz somente frutos maus (Mt 7.17ss; 12.33; Lc 6.43), e para os peixes “ruins” que são deitados fora do cesto (Mt 13.43). É evidente que o uso que Jesus fez dela não tem conexões diretas com a questão da sexualidade, visto que em suas falas Ele nunca se preocupou em dar esse tipo de especificação. Contudo, Jesus era bem específico numa coisa: em apontar o coração como a fonte de tudo aquilo que arruina o homem, incluindo os pecados sexuais (Mc 7.18-23). Assim sendo, o sentido esposado por Paulo se sustém, pois não há boca que sobreviva com uma dieta a base de palavras podres.

Na realidade, o entendimento de que Paulo, aqui, se refere à linguagem libidinosa pervertida não é novo. Por exemplo, Calvino, comentando a passagem em foco observou que esse termo usado pelo apóstolo se refere a “tudo aquilo que provoca excitamento erótico que costuma infeccionar a mente humana com a luxúria– o que para nós é um sinal de que nos tempos do reformador os palavrões também estavam ligados ao sexo (ou, à deturpação deste). Alguém poderia argumentar que Calvino, aqui, escreveu pensando em sua própria época, e não na de Paulo. A estes respondo com textos como Romanos 1.26-27, 1 Coríntios 5 e 6.12-20, onde o apóstolo nos dá alguns detalhes do que era a imoralidade sexual de seu tempo, o que me leva a crer que a época em que ele viveu não era menos podre de linguagem do que o século XVI ou o século XXI. No entendimento do reformador, Paulo não está falando apenas de palavras vazias e bobas, mas de palavras podres e carregadas de imagens sexuais. Obviamente, são muitas as palavras e coisas que nos provocam esse tipo de excitamento apontado por Calvino, e é razoável aceitarmos que elas são alvo de Paulo nesse texto. Mas não nos enganemos, pois até mesmo palavras “inocentes” podem assumir a forma de um palavrão, pois o pecado, como já vimos, não começa na boca, e sim no coração. Por esse motivo é que devemos extirpar de nossas disposições mentais tudo aquilo que porventura nos remeta a tais pensamentos (cf. Fp 4.8-9), fugindo, assim, de toda a aparência do mal (1 Ts 5.22).

Em resumo, considerando a admoestação do apóstolo, deveríamos fazer os seguintes questionamentos acerca do palavrão, caso ainda queiramos considerar a sua legitimidade: 

- ele verdadeiramente promove a edificação (pessoal e coletiva)?
- ele verdadeiramente transmite graça aos que o ouvem?

Particularmente, penso que palavras podres e imorais jamais promoverão a edificação pessoal ou coletiva, visto que são fruto de uma árvore mau desde a sua raiz. De um coração tomado de pensamentos impuros não pode sair coisa boa. As obras da carne nada podem edificar senão a própria carne (cf. Gl 5.16-21). Por este motivo, tais palavras são incapazes de transmitir graça às pessoas que nos rodeiam. Em vez de graça, transmitem desgraça: mau testemunho, incitação à violência, ao sexo pervertido e por aí vai. É por esse motivo que Paulo diz para não darmos lugar ao diabo (Ef 4.27), o verdadeiro pai de toda podridão. Estejamos, pois, alertas, antes que o Senhor nos lave a boca com algo muito pior do que o sabão com que nossos pais nos ameaçavam.

Soli Deo Gloria!


Além deste excelente artigo

sexta-feira, 15 de março de 2013

Pregação ou teatro de bonecos?


Na pregação hodierna — cada vez mais interativa e pouco expositiva —, o comportamento dos pregadores e a reação do público se parecem muito com o teatro de bonecos. O manipulador, nessa modalidade teatral, é aquele que dá vida e expressão aos bonecos nos seus mais variados formatos. Nos grandes congressos evangélicos, a diferença é que o manipulador é chamado de pregador, e o objeto de sua manipulação são multidões incautas.

Conheçamos alguns tipos de crentes que se deixam manipular:

CRENTE MARIONETE. Marionetes são os mais elaborados bonecos entre os vários tipos usados no teatro. Geralmente, são construídos com madeira, com articulações nos pulsos, cotovelos, ombros, cintura, quadris, joelhos e, ocasionalmente, pescoço e tornozelos. Uma marionete padrão é movimentada através de uma série de nove fios que obedece à seguinte distribuição: um para cada braço, um para cada perna, dois para a cabeça, um para cada ombro e um para as costas. Os fios de sustentação da marionete são ligados a um controle central de madeira em forma de cruz que é movimentado por uma única mão do manipulador.


Os pregadores manipuladores também têm os seus “fios”, isto é, os seus clichês, as suas frases de efeito, para mecanizar o culto e manipular o povo, afastando-o da Palavra de Deus e do Deus da Palavra: “Quem nasceu para vencer levante a mão”, “Aperte a mão do seu irmão até que ele diga ‘aleluia’”, “Tire o pé do chããão”, etc. Mas veja que curioso! Na manipulação de marionetes há uma cruz na mão do manipulador! E, na pregação moderna, não existe mais cruz! Além disso, o pregador não está mais na mão do Senhor, o Controlador de todas as coisas!


CRENTE FANTOCHE.
A montagem do fantoche é feita numa luva, calçada na mão do manipulador, que dá movimento ao boneco. Ele tem tamanho e gestos limitados às dimensões e possibilidades gestuais do operador. A sua construção é relativamente simples: cabeça e mãos são feitas geralmente de material resistente, como madeira, unidas entre si por uma roupa folgada de tecido aberta atrás, por onde é introduzida a mão do manipulador. 

Pregadores manipuladores costumam ter facilidade para enganar crentes fantoches, que costumam ser “cabeça dura”, por não frequentarem a Escola Bíblica Dominical e os cultos ensino da Palavra, além de fazerem “corpo mole” para a obra de Deus. Esses crentes não têm firmeza e vivem atrás de movimentos. Quando ficam diante de um manipulador, comportam-se como se estivessem hipnotizados e obedecem a todas as suas ordens...


Certos milagreiros, à semelhança dos manipuladores de fantoches, que introduzem a mão no interior do boneco, têm conseguido tocar na alma de crentes desavisados, fazendo-os ter sentimentos nunca antes experimentados! Alguns, ao ouvirem esses “pregadores”, caem ao chão anestesiados, riem sem parar, rugem, latem, unem as mãos e não conseguem mais separá-las, etc. E assim caminha o teatro, ops!, o culto “evangélico”, sem pregação expositiva da Palavra de Deus e muita hipnose, considerada hoje uma grande manifestação do Espírito!


CRENTE MAMULENGO.
Mamulengo é uma corruptela de “mão molenga” e alude a um tipo de boneco comum nos teatros do Nordeste do Brasil. O manipulador — ou mamulengueiro — emprega um tom bastante crítico nos diálogos e improvisa bastante, ao fazer piadas de humor pesado, que ridicularizam fatos ou pessoas da comunidade.

Não é difícil de identificar os mamulengueiros e os mamulengos no meio “evangélico”. Ambos, ignorando o evangelho cristocêntrico, valorizam as pregações e as canções revanchistas, ridicularizadoras, zombeteiras, pelas quais se tripudia dos inimigos, que não são as hostes do mal, o mundo ou a carne. Os seus inimigos são os seus vizinhos, patrões, colegas de trabalho e irmãos que os viram na prova e os não ajudaram, e agora são hostilizados “entre a plateia” por aqueles que estão no palco...


CRENTE JÔRURI. Comum nos teatros de bonecos do Japão, o jôruri adquiriu grande requinte a partir do século XVIII, com movimento de olhos e articulação dos dedos. Mas a sua movimentação não é fácil. São necessários três manipuladores: o mestre, vestido com traje cerimonial, responsável pela cabeça e o braço direito, e dois manipuladores assistentes, vestidos de preto e com um capuz cobrindo o rosto.


O crente jôruri geralmente é classe média alta e catedrático. Não é fácil manipulá-lo. Clichês de autoajuda como “Ouse sonhar” não funcionam com ele. Ele é muito racional e submete tudo ao teste da lógica. Para convencê-lo, é preciso um manipulador-mestre — capaz de mexer com a sua cabeça e com a sua mão direita, induzindo-o a colocá-la no bolso!


Um dos mais famosos manipuladores de crente jôruri da atualidade tem nome e sobrenome estrangeiros e é conhecido como o homem mais sábio do mundo. Não há rico e intelectual que resista aos seus argumentos! Dizem que ele, quando usa a “sua sabedoria” e conta com a ajuda de seus assessores (bispos e apóstolos brasileiros), consegue arrecadar dinheiro até para comprar jatinhos!


Fazer o quê? Na falta de exposição da Palavra de Deus, sobram as representações teatrais. E aumenta cada vez mais o número de manipuladores e manipulados nesse grande circo, ops!, grande teatro que se tornou o culto “evangélico” nesses tempos pós-modernos.


Ciro Sanches Zibordi

Um grave motivo de oração


Por Renato Vargens

Há pouco estive no Nordeste e pude presenciar a angústia de uma população que sofre em virtude da estiagem. Isso mesmo, o sertão está seco e a consequência disso são animais morrendo e o povo sofrendo com fome e seca. Na ocasião tive a oportunidade de conversar com um deputado estadual da Paraíba que me disse que o projeto de transposição das águas do Rio São Francisco está parado nas gavetas dos ministérios em Brasilia. Segundo o nobre deputado, mais de 60% das obras estão prontas, no entanto, por falta de vontade politica as obras estagnaram, pondo em risco de colapso tudo aquilo que até agora foi feito.

Esse país é uma vergonha! Enquanto o povo pobre nordestino e sertanejo sofre por falta de água, deputados, ministros e governantes chafurdam nas riquezas da nação.  
Pois é, a situação do sertão é extremamente critica e se o sertanejo for esperar a boa vontade do Estado morrerá de sede e de fome!
Isto posto, gostaria de convocar os irmãos, os pastores e as igrejas de todo Brasil a separarem alguns instantes em suas agendas e cultos para buscar ao Senhor em oração, clamando ao Eterno misericórdia, pedindo àquele que tudo pode, chuva sobre o sertão.

Meus irmãos a situação é desesperadora e pelo andar da carruagem somente Deus poderá mudar a história de milhões de nordestinos enviando-lhes chuva!

Que Deus tenha compaixão do Nordeste!

Renato Vargens

quinta-feira, 7 de março de 2013

Ela morreu

Ela morreu!
Sim! Com tristeza recebi a noticia que uma igreja local morreu.  Logo ela que era tão pungente e compromissada com a verdade, que pregava o evangelho e que vivia para a glória de Deus morreu. Mas o que aconteceu? Porque essa igreja chegou a óbito? O que a levou a morte? O que fez com que a vida cessasse entre os seus membros?
Os "médicos" foram categóricos em afirmar que foram um conjunto de fatores que mataram a igreja, senão vejamos:
1- O esquecimento da oração. Essa igreja morreu pois não orava mais. Seu pastor não orava, os diáconos não oravam, o povo não orava.
2- O abandono das Escrituras. Isso foi letal! Do púlpito dessa igreja só se falava de prosperidade, saúde e vitória financeira. A Bíblia, pobre Bíblia foi abandonada numa estante empoeirada do gabinete pastoral.
3- O abandono do estudo bíblico. Essa igreja não estudava mais a Palavra de Deus, na verdade, ela só ensinava o "evangelho" da auto ajuda, onde o mais importante era a satisfação do cliente.
4- A relativização do evangelho. Essa igreja morreu porque relativizou a mensagem da cruz trocando as boas novas de Cristo pelo evangelho social.
5- A falta de amor pelos perdidos. Essa igreja morreu porque deixou de amar os de fora,  passando a viver uma vida voltada e focada em si mesma.
6- Deixou de ser cristocêntrica.  Isso foi determinante! Essa igreja morreu porque Cristo deixou de ser o seu Senhor. 
O sepultamento acontecerá em breve, todavia, se houver arrependimento, confissão de pecados e regresso as Escrituras o Senhor Todo-poderoso ressuscitará essa igreja.
Pense nisso!

segunda-feira, 4 de março de 2013

O Segredo da Alegria Invencível

Jesus revelou um segredo que protege nossa alegria da ameaça do sofrimento e da ameaça do sucesso. O segredo é este: Grande é a sua recompensa nos céus. E a soma desta recompensa é deleitar-se na completude da glória de Jesus Cristo (João 17:24). Ele protege nossa alegria dos sofrimentos quando Ele diz,
Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus. (Mateus 5:11-12) .
Nosso grande galardão nos céus resgata nossa alegria da ameaça da perseguição e injúrias.
Ele também protege nossa alegria do sucesso quando Ele diz,
Mas não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos, antes, por estar o vosso nome escrito nos céus. (Lucas 10:20)
Os discípulos estavam tentados a colocar a alegria deles no sucesso do ministério. “Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam!” (Lucas 10:17). Mas isto teria separado o deleite deles de sua única âncora verdadeira.
Então Jesus protegeu a alegria deles da ameaça do sucesso ao prometer o grande galardão dos céus. Regozijem-se nisto: que os seus nomes são escritos no céu. Sua herança é infinita, eterna, certa.
Nossa alegria é segura. Nem sofrimento nem sucesso pode destruir sua âncora. Grande é seu galardão no céu. Seu nome é escrito lá. Está seguro.
Jesus ancorou a alegria dos santos que sofrem no galardão do céu. E Ele ancorou a alegria dos santos bem-sucedidos na mesma âncora.
E assim Ele nos livrou da tirania das dores e prazeres mundanos.

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A defesa da fé

Na maioria das vezes em que se fala sobre defesa da fé, vem à mente a luta pela verdade, a necessária reflexão apologética. Porém, há uma outra defesa da fé que se faz necessária, a sugerida por Tiago 2:18: “Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé”.
A fé pessoal tem de ser defendida como uma fé real, e, segundo o irmão de Jesus de Nazaré, o que demonstra a realidade da fé pessoal é o tipo de obras que ela provoca como estilo de vida. E, lembremo-nos, autor está falando de prestar serviço ao outro: “Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso?” (2.15,16).

A ação social, portanto, é uma demonstração natural da fé, daí é de se esperar que todo cristão a esteja praticando, ou seja, esteja deixando claro que tem fé. Ter fé é ter as convicções que o Espírito coloca em nossos corações, as quais nos comunicam que ser gente é ser como Jesus de Nazaré, que, segundo Pedro: “… andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele.” (At 10.38)

Cristo viveu entre nós como exemplo de como deve viver um súdito de seu reino, logo, fazer o bem é o comportamento natural de quem está integrado ao Reino de Deus; até porque este é caracterizado pela justiça, pelo resgate do oprimido, por uma nova sociedade marcada pela solidariedade e pela fraternidade.
Portanto, não é mera questão de fazer o bem, é a prática de uma visão de mundo, de uma filosofia de vida marcada pelo compromisso com a igualdade entre os seres humanos, pela consciência da dignidade intrínseca ao ser humano, pelo conhecimento do propósito de Deus, qual seja, o de recuperar a noção de humanidade.

A Igreja existe, também, nessa perspectiva, um dos braços da Igreja, no cumprimento da grande comissão, é a prática das obras do Reino, resgatando vidas e praticando a justiça. Nosso foco é o “despossuído”, e a criança é quem mais sofre dessa realidade, devemos fazer tudo para a resgatar, uma vez que a criança é a principal vítima do processo de injustiça, que o sistema rebelde a Cristo semeia na sociedade humana.
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Fonte: Pavablog. Divulgação: Púlpito Cristão.